Ela está presente em quase todos os guarda-roupas do planeta. É o carro-chefe de algumas das maiores camisarias masculinas do mundo. É o uniforme de milhares de empresas, equipes esportivas, escolas e instituições. Ela é usada por todos, de astros de Holywood a entregadores de cartas, e por um bom motivo: é simples, versátil e muito mais elegante que uma camiseta comum. Esta é a camisa polo.
Você pode ser daqueles que as usam todos os dias ou dos que tenham uma no fundo do armário só por acaso; De qualquer maneira, é fundamental saber usar este que é o maior ícone da moda masculina desde o terno e gravata.
A origem da camisa polo data dos anos 20, nas quadras de tênis da Europa e Estados Unidos. Naquele tempo, o uniforme padrão dos tenistas era uma camisa branca de malha grossa de algodão, abotoada até o topo, de manga comprida e quase sempre acompanhada de gravata. Elegante, claro, mas nada prático para o esporte.
O jogador nº 1 daquela época era René Lacoste, um francês de nariz comprido e postura agressiva que venceu sete grand slams na carreira. Lacoste também não gostava do desconforto do uniforme tradicional, e aproveitou sua popularidade para criar sua própria vestimenta, mais prática e confortável.
Ele desenhou uma camisa de malha fina de algodão, de manga curta, gola e botões só até o meio do peito. A peça resolveu muitos dos problemas do antigo uniforme. A malha fina de algodão era mais leve e respirável e a manga curta facilitava o movimento dos braços; a gola podia ser usada levantada, para proteger o pescoço e a nuca do sol; e os botões davam a opção de ser usados fechados ou abertos, dependendo do clima. Estava criada a camisa polo (que neste tempo ainda era chamada de “camisa de tênis”). Depois de se aposentar das quadras, em 1933, Lacoste criou sua grife de roupas, cujo símbolo era seu apelido no esporte: “O Crocodilo”.
Claro que a peça foi um imenso sucesso, e nos anos seguintes já era vestuário padrão nas quadras de tênis de todo o mundo. Não demorou muito para outros esportes – com problemas de vestimenta parecidos – adotarem para si a camisa. O golfe foi um deles, e como não poderia deixar de ser, o polo (o jogo inglês com cavalos e bastões). Por algum motivo, “camisa polo” foi um nome que pegou mais que “camisa de tênis”, e em pouco tempo até tenistas estavam chamando suas roupas de “camisa polo”.
É importante saber a origem da peça para saber utilizá-la bem. A camisa polo nasceu no ambiente clássico, elegante e tradicional do tênis, mas como uma alternativa mais prática (e portanto, casual) para atividades físicas e a rotina do dia a dia. Ela ainda hoje tem nessa função: descolada ao ponto de poder ser usada com bermuda e chinelo, também carrega uma certa classe comparada à camiseta comum, se saindo bem em ambientes de trabalho e até em alguns eventos mais formais. A camisa polo é versátil e um clássico que nunca sai de moda. Mas claro, é preciso prestar atenção a alguns detalhes para saber explorar todo o potencial da camisa masculina:
- Saiba seu tamanho: essa é sempre a primeira dica, para qualquer peça de roupa. Grandes demais, dão a impressão de desleixo; pequenas, são desconfortáveis e deixam aparecer as gordurinhas. Para saber se a camisa cai bem, são três passos simples: 1- A linha do ombro da camisa realmente deve terminar no seu ombro; 2- A manga deve ir no máximo até o meio do braço, na linha do bíceps – e nem um centímetro a mais; e 3- A barra deve cobrir o botão da calça, mas não passar da metade do zíper. A camisa polo é uma peça com caimento mais justo ao corpo, então cuidado para não deixar muito pano sobrando, principalmente nos braços: quase toda camisa polo tem a barra da manga mais elástica, o que significa que ela deve ser usada rente ao braço. Segundo Alberto Solon, consultor de moda masculina, as mangas frouxas dão a impressão de braços finos, tirando o poder e a força de qualquer homem, não importa o formato do corpo.
- Explore as cores: uma das principais vantagens da polo é sua versatilidade. Para looks chamativos sem arriscar muito, aposte nas cores lisas e tenha mais de uma opção no guarda-roupas, para ter alternativas na hora de montar o visual. Um conselho básico, mas que não é regra, é usar o contraste da camisa com a calça ou bermuda: se a polo é mais clara, use a parte de baixo em tons mais escuros. Se tem cores mais fortes, opte por calças mais claras e neutras. Mesmo que a dupla camisa polo e jeans seja infalível, uma grande aliada da polo são as calças de sarja, ou calças chino. Mais leves e com variedade de tons, combinam bem com este tipo de camisa, principalmente para composições de primavera/verão. Dica especial para os gordinhos: cuidado com as cores claras, como amarelo ou branco, pois elas tendem a destacar o volume do corpo. Para disfarçar as sobrinhas, opte por tons mais escuros.
- Cuidado com as estampas: as estampas e bordados devem ser usados com moderação. Muitas lojas oferecem essas imitações de uniformes de polo ou rugby, com brasões enormes e muitas vezes até com número do jogador nas costas. O conselho é o mesmo para as camisas de futebol: mesmo que você pratique o esporte, deixe essas apenas para quando estiver em campo, com risco de ficar deslocado e com jeito de adolescente. Prefira cores lisas ou estampas discretas, mantendo a elegância. Algumas exceções são as estampas com repetições muito pequenas, como bolinhas ou ancoras (conhecidas como “Poás”), alguns motivos náuticos (listras) e florais sem muito contraste, vão bem especialmente no verão.
- Aposte em camadas: o visual em camadas nunca sai de moda. Suéters e cardigans dão um tom inglês fino para a camisa polo, e jaquetas jeans ou de couro um ar mais descolado e moderno. Se quiser impressionar e a ocasião permitir, a combinação camisa polo com blazer funciona muito bem e esbanja ousadia e auto-confiança.
- Saiba o que não combina: A camisa polo é um coringa do guarda-roupa, mas tem coisas que é melhor evitar. Ela não se mistura com bermuda de surfe, bermuda cargo ou tênis de academia, por exemplo. Mesmo casual, a polo traz um pouco mais de classe para o look, e pede elementos que conversem na mesma língua. Então ao invés dos exemplos aí de cima, pense em composições com bermudas mais alinhadas, de sarja, algodão ou tecidos nobres. Como as pernas à mostra chamam a atenção para o calçado, é bacana que eles sigam no mesmo tom: tenha sempre algum “meio do caminho” entre o tênis e o sapato social: mocassins, oxfords, slippers, loafers, são todos boas opções. Até sandálias de couro ou um chinelo de qualidade estão valendo – tudo, menos tênis de academia!
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